segunda-feira, julho 27, 2009

Olá pessoal, vou deixando aqui um texto que escrevi para uma pessoa com quem já não falo mais. Logo logo, juro, trago o conto à lá Lovecraft para quem quiser ler. Ele está bem grandinho já, mas acredito que termino ainda essa semana!

Também estou fazendo uns escritos para um novo projeto de HQ, então, vão esperando!!!

No mais, aqui só tá uma chuva danada, pqp, quase 10 diz direto! E olha que agora que parou um pouco AINDA está frio e ventando pacas ,com previsão pra chover MAIS essa semana inteira!!!

Bom, deixa eu ir, abraços a todos!


Crisálida




Crisálida, minha casa, meu lar, parte de mim replicando-se no ambiente. Ai de mim, que meus sonhos são paredes e espaços ao meu redor. Meu gosto é chão e teto e meu futuro, tão perdido nas veredas do desconhecido, correndo pelos prados como vento da matina, tão indômito que eu me perco dele como ser que sou. Fragmentada em pequenas porções do arco-íris, em sete cores miraculosas, sete notas misteriosas, sete emoções repentinas.

Eu que sou tão pequena, eu que sou tão frágil quanto o aço e tão abrasiva como a chama lúgubre de uma brasa eterna, perpetuo a minha luz entremeio as trevas nubladas de meu próprio consciente, inconsciente de que todo o coletivo também faz parte desse meu canto, meu encanto, meu charme para o mundo, eu, que de toda tímida também sou toda ardorosa. Distante dos ecos do universo em caos borbulhante e usou fauno, seiva e raiz, lascivo fruto proibido, doce e sensual cor que desabrocha nas flores mais fugazes, enredando o meu mundo íntimo com o meu olhar erótico e meus tons hipnóticos.

Ainda sou uma pérola, ainda me formo antes de ser brilhante e perfeita, em parte lhe digo que sou ainda moradora dessa minha crisálida, vivo em meu casulo, crescendo em todos os ângulos, antes que meu corpo, meus joelhos, feitos de borboletas replicando-se como a própria matiz do pôr-do-sol em vida, exploda em uma profusão de agitações corpóreas e edificadas pelo sincronismo unilateral das verdades que anseio, eu pujo meu destino, não maior que eu, e sim tão iguais a refração de todos os meus gritos de liberdade, pois quando o dia que minha casca se romper eu, que irei sair dela, finalmente serei livre para disparar minhas rajadas de alegrias contínuas para todos os lados, direções e dimensões sem as quais o conhecimento humano e científico fora plenamente concebido...

Levando o brado eterno do amor, a mim, que sou a flâmula futura da imensidão, eu vos digo simplesmente, com minha voz já rouca de atingir as estrelas e tão trêmula com a verdade descoberta: minha vida é minha para plenamente ser vivida!

Apago as luzes e vou embora, meu casulo, minha crisálida... Ainda que nela esteja meu corpo, nunca deterá as proporções de minha alma...


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